Os direcionadores da saúde: Tratar doenças ou cuidar de pessoas?

O setor da saúde no Brasil é, sem dúvidas, um setor do futuro! O aumento da expectativa de vida, vinculado à enorme adesão de hospitais, clínicas e laboratórios médicos a novas tecnologias, tem garantido a esse segmento uma posição de destaque. No entanto, a grande transformação da saúde está na implementação de uma nova concepção estratégica: em vez de tratar doenças, as empresas desse segmento perceberam que o foco deve ser cuidar de pessoas.

Essa humanização da saúde vai desde cuidados preventivos até a solução de casos de maior complexidade, sempre com a valorização da dimensão humana. Tal tendência pode ser observada, nos valores de hospitais brasileiros renomados, como Hospital Sírio-Libanês, Hospital Samaritano e Hospital Alemão Oswaldo Cruz. Nos três, observam-se o cuidado e o calor humano como diretrizes desse novo modelo de negócio.

O ambiente externo pressiona as empresas de saúde a se adaptarem à nova realidade.  Gerar uma excelente experiência ao paciente é fundamental para se manter em um mercado cada vez mais exigente.

A grande questão é: como disseminar essa nova forma de agir e pensar dentro das organizações? A resposta parece simples, porém o seu processo requer uma mudança de mindset por parte de todos os colaboradores da organização, afinal, são eles que constroem e propagam a cultura organizacional. A essência dessa cultura está no nível da subconsciência, ou seja, são os valores incrustados que guiam os comportamentos e as decisões em uma organização. Não é à toa que frequentemente se compara a cultura organizacional a um iceberg: acima estão os aspectos formais e visíveis, como estruturas, políticas e procedimentos; abaixo, encontram-se os aspectos informais e invisíveis, como as percepções e as atitudes das pessoas, suas crenças e valores. Enganam-se aqueles que pensam que basta mudar regras e procedimentos para que a organização consiga se manter competitiva. O processo de adaptação requer várias ações, que podem ser agrupadas da seguinte maneira:

  1. Primeiramente, a definição das diretrizes estratégicas que a empresa deseja seguir.
  2. Feito isso, a mobilização das pessoas ocorre por meio da sensibilização a esses novos valores; é o momento de conscientizá-las sobre sua importância e aplicabilidade no dia a dia.
  3. Uma vez convencidas sobre a relevância, a propagação dos valores dependerá de uma comunicação interna eficaz, que atinja todos os colaboradores da organização.

A cultura de uma organização não é apenas mais uma variável gerencial; ela representa a sua essência, o que torna o seu processo de construção e disseminação extremamente complexo. As empresas de saúde se evidenciam nesse cenário, principalmente devido à enorme diversidade de colaboradores com distintas formações. Integrar todos em prol de um objetivo comum exige uma estratégia bem definida, cujos direcionadores são os valores.

Se não trabalharmos cultura e valores, toda a estratégia da organização estará “perdida”. Como disse Peter Drucker: “Culture eats strategy for breakfast, lunch and dinner, so don’t leave it unattended”

 

Tiago Sandroni Porrino
Overlap Brasil

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